Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

Vinícius de Moraes

Peace.

De ontem para sempre

Houve um tempo em que era tudo segredo. Quando a reciprocidade se viu viva em nossos olhos as milhas passaram de problema a caminho para o encontro. Percorridas eram, mas antes que o sol se despedisse o sonho se transformava em saudade outra vez e as milhas me arrastavam de volta. Como consolo seu aroma me abraçava firmemente e não me deixava esquecer branda companhia. Saudade essa não se equiparava as milhas. Aquele afetuoso aroma me puxava para mais, até que um dia deixei de voltar. O abraço se fez nó, uma ligação inseparavel, e o meu olhar disse: Quero você agora. E amanhã! Para todos os dias da minha vida!

10 de Agosto de 2011 / Scott C.

Peace.

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

Peace.

Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinícius de Moraes

Peace.

Vida sonhadora

Sentado no sofá estou eu, explorando os harmonicos do Violão e vagamento em pensamentos dos quais melodias nunca me lembro, quando ouço seu calmo caminhar em predestinada direção. Aparece deslumbrante como o sol de cada manhã, e logo seu aroma enche a sala de ternura. De imediato seu abraço me acerta com candura. Meu peito palpita lapidando sensação, podendo eu ver lembranças e sentimentos em edificação. Damos as mãos, nos levantamos e passamos pelo portal, apreciando nossa companhia em orbital. Ela não consegue esconder o riso, nem eu. Caminhar adagial nos leva até a fonte de águas que se desdobram como cristais, casadas com as luzes eternas emitidas de todas as partes para em seguida abraçar o céu. Poderia ser um céu escuro dentro na noite, mas a lua gosta da nossa companhia e ilumina nossos rostos, para que vejamos o faiscar dos olhos, provando que é real. Então cubro-lhe com o cobertor e beijo-lhe a fronte. Ela pensou que não passou de um sonho, mas era tudo verdade.

13 de Junho de 2011 / Scott C.

Peace.

Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas
como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas
como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
mas a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
e a outra metade…
também.

Oswaldo Montenegro.

Peace.

Até a proxima

Promessas e despedidas
Alegria e melancolia
Chegada e partida
Abraços e acenos
Olhos e lagrimas
Dia e noite
Par e ímpar

No meio de tudo isso aparecem cores e sabores, beijos e risos, toques e respirações. Inspirações. Tudo que vem de você é belo e cadenciadamente poetico, assim como o tamborilar da chuva em minha face nas noites de verão. Assim como o pássaro canta por sua companheira. Assim como vento que dança com as arvores, e assim como a lua é vista como show de encerramento de outro dia. Como tudo que é natural, natural somos eu e você. Outra parte de mim foi embora, e só Deus sabe quando ela haverá de voltar, mas há de voltar.


18 de Maio de 2011 / Scott C.

Peace.

Cardápio Quotidiano

CAFÉ

Travesseiro
Preguiça
Lençol
Cama
Dois pés (gostaria que fossem quatro, com os dois dela)

LANCHE DA MANHÃ

Intrumentos
Biscoito
Partituras
Banho

ALMOÇO

Salada
Sorrisos
Arroz
Tristezas
Bife
Olhares
Batata frita

LANCHE DA TARDE

Rock n’ Roll
Imaginação
Pão de queijo

JANTAR

Jazz
Coca-Cola
Visões

CEIA

Constelações
Pensamentos
Acordes
Lençol
Cama
Dois pés (gostaria que fossem quatro, com os dois dela)

29 de Abril de 2011 / Scott C.

Peace.

O quanto se ama

Quem sabe estar amando? Mas quem sabe ser amado? Saberá amar? Se souber o que é acordar e ir dormir pensando na mesma pessoa todos os dias, você sabe. Se souber o que é sonhar com uma vida ao lado dela, plenejando cada detalhe, cada segundo, você sabe. Se souber o que é fazer o impossivel para ver a outra pessoa abrir um sorriso, por menor que seja, você sabe. Mas o que eu sei é que não quero perder isso por nada. Será que sabe-se quanto se ama? Se dizem que é incomensurável, sem medida, sentimento eterno posso supor, pois se é o que sinto.

Amar e ser amado.

Bom saber que alguem se preocupa, desejando (sinceramente) o melhor, e que estará pronta para fazer-me feliz, mesmo que o mundo esteja desabando. Mesmo que em silencio. Mesmo que esteja ali só para apertar e esquentar as mãos, estará ali. Mas para saber o quanto eu a amo, apenas vivendo em mim.

17 de Abril de 2011 / Scott C.

Peace.

Minha dama és tu

Em vivências senti algo que tu também provastes.
Algo que o mundo todo sentiu, mesmo que não saiba.
Ingenuas experiências como a chegada de um presente.
Uma sensação intemporal do pertinaz anseio não tem fim.
A minima parcela de tempo que será lembrada por toda a vida.
Pois digo, então, minha dama: cada segundo em tua presença és assim.

Perene.
És a esperança do riso.

Memoria, a minha, não deixar-me-ia mentir.
Mesmo sem o já esquecido elixir.
Nem o sonho quer ter um final.
Não até tornar-se real.

És meu inesperado presente esperado.
Então o esperado inesperado foi.
És a surpresa de cada dia.
És a candura do meu viver.

És minha dama – Juliana.

30 de Março de 2011 / Scott C.