Amor

Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

Álvares de Azevedo.

Peace.

Primeiro três

Já fazem três anos desde aquela tarde serena vista por seus olhos. Consegue acreditar em todo esse tempo? Consegue acreditar que aquele dia nossos corpos se chocaram pela primeira vez na imensidão de um abraço em que eu ainda vivo a lembrança? Os três anos me confessaram que a reciproca é verdadeira, mas quem haveria de duvidar de um encaixe tão perfeito? Cada vez que você se junta a mim rememoro aquela tarde, assim como tantas! Tarde essa onde era tudo novo e desconhecido, mas o futuro era certo, pois esse viu-se pronto quando nossos olhos permearam-se. Enquanto isso o mundo gira para todos os lados. Muitos se foram, muito se perdeu, e muito mudou: nem mais meus longos cabelos em que você se deleitava com brincadeiras existem mais. Mas aquele pulsar do coração continua firme, marcando o ritmo de um amor que veio para nunca mais ir.

1 de Maio de 2012 / Scott C.
Peace.

Samba em Preludio

Eu sem você não tenho porquê
Porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz, jardim sem luar
Luar sem amor, amor sem se dar
Eu sem você sou só desamor
Um barco sem mar, um campo sem flor
Tristeza que vai, tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
Ah, que saudade
Que vontade de ver renascer nossa vida
Volta, querida
Meus abraços precisam dos meus
Os meus braços precisam dos teus
Estou tão sozinho
Tenho os olhos cansados de olhar para o além
Vem ver a vida
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
Eu sem você não tenho porquê
Porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz, jardim sem luar
Luar sem amor, amor sem se dar
Eu sem você sou só desamor
Um barco sem mar, um campo sem flor
Tristeza que vai, tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
Ah, que saudade
Que vontade de ver renascer nossa vida
Volta, querida
Os meus braços precisam dos teus
Teus abraços precisam dos meus
Estou tão sozinho
Tenho os olhos cansados de olhar para o além
Vem ver a vida
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém

Vinicius de Moraes.

Peace.

Feitos para a eternidade

Outro dia, na surpresa de uma monotona tarde de domingo no interior das Minas Gerais, recebi velhos companheiros, como se os tivesse visto ontem. Esquecemos a tarde com vinis e dialogos calorosos. Até que a conversa caiu sobre os amores, como haveria de ser, e logo um deles respondeu: “Sabe como eu sei que não a amo? Quando vocês questionam se amo, pergunto a mim mesmo e fico na duvida, e se fico na duvida é porque não tenho certeza, e se eu não tenho certeza é porque eu não amo”. Tal resposta impactou-me, e fez realizar que encontrei a mulher da minha vida, pois sempre que me perguntam sobre ela, no ato imagens correm meus olhos como quedas d’água, um longa-metragem do nosso futuro, casados por uma vida, com crianças pela casa, e a resposta é jogada aos céus como um esbravejar de contentamento, porque eu a amo e sei disso, desde sempre, para sempre. Pois então, minha flor, o melhor é ver-se sorrir.

17 de Janeiro de 2012 / Scott C.
Peace.

A alma canta de luz

A alma canta de luz e amor…
Numa música de encantamento,
Que até o vento fica faceiro,
Ao envolver dois corpos amantes.
Escuta! Está ouvindo agora?
O som de nossa almas cantando?
Ao som do coração, no corpo…
Numa batucada em comum,
Aonde o amor faz sinfonia;
Onde o Universo fica pequeno..
Num abraço, tão grande…
que dois corpos se transformam em um.

Soraya Luz Macedo.

Peace.

Declaração

Hoje lembrei de você
Queria te encontrar
Em pouco tempo talvez
Falaria mil coisas
Que o meu coração
Quer dizer
Eu não posso guardar só pra mim
Tire um tempo
Prometo você vai gostar
Cada frase que puder ouvir
Será marcante pra nós
Ninguém precisa saber
Em pouco tempo a sós
Sabera quanto vale uma Declaração
Que só fala de Amor e Paixão
Qualquer gesto por menor que eu te fizer
Acredite vem do meu coração

Dorgival Dantas.

Peace.

Para se roubar um coração

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos. Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
…e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
…e é assim que se rouba um coração, fácil não? Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém… é simples… é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

Peace.

Me lembrarei do amanhã

O que vejo agora é um céu tão melancolico que até parece saudosista
Um céu tão assustador que até parece alegre na lembrança
E a chuva completa minha cena
Cai e apalpa a alma. O céu chora conosco
Enquanto planejo meu jantar lembro da manhã de hoje
Conversamos, abraçamos, beijamos – Até elogiei seu olhar
O dia ainda nem acabou mas vejo isso tão distante
As semanas correm em poucas horas
Lembro também que da sacada assistimos a Roda Gigante
E da Roda Gigante assistimos a sacada
Lá em cima, logo quando parou, ela sorriu
Mas isso não é o que se chama de coincidencia
Foi o sorriso dela que fez parar
De tão encantador aquele sorriso desacelera o Mundo
Coloquei seus cabelos atras da orelha e lhe beijei a face
Senti tão doce aroma que me apaixonei outra vez no alto da cidade
Se minha Flor ficar mais cheirosa terei de usa-la como perfume.

29 de Outubro de 2011 / Scott C.

Peace.

Luz da minha vida

Da minha criogenia particular não vejo o tempo passar
Da minha cabeça vejo sonhos
Do corpo: quase sem respirar
Em toda a geometria temporal, não vejo o tempo passar
Da minha cabeça vejo pensamentos
Do corpo: vejo tudo rodar
O tempo, esse eu não vejo – mas ele passa
Meu psicologico diz que é atemporal
Mas cronológico rasga as horas na luz e na escuridão
Sei que Ela esteve aqui
mas o dia ainda nem nasceu outra vez.
Meu psicologico diz que é atemporal
Parece que minha memória resgata décadas em minutos
Enxerga futuras décadas em minutos
Mas os minutos recém completos agora não vejo mais
Não vejo diante de mim, como foi.
Vejo anos atras, de luzes e escuridões
De tempo em tempo a porta se abre a luz brilha
Brilha e convida
Mas a vida também quer aquele brilho
Logo a leva embora para em tempo vindouro voltar
Então, Luz, adentre minha criogenia outra vez
E feche a porta se quiser
Mas peço que fique
E que me leve quando sair.

12 de Setembro de 2011 / Scott C.

Peace.

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma…
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes

Peace.