Primeiro três

Já fazem três anos desde aquela tarde serena vista por seus olhos. Consegue acreditar em todo esse tempo? Consegue acreditar que aquele dia nossos corpos se chocaram pela primeira vez na imensidão de um abraço em que eu ainda vivo a lembrança? Os três anos me confessaram que a reciproca é verdadeira, mas quem haveria de duvidar de um encaixe tão perfeito? Cada vez que você se junta a mim rememoro aquela tarde, assim como tantas! Tarde essa onde era tudo novo e desconhecido, mas o futuro era certo, pois esse viu-se pronto quando nossos olhos permearam-se. Enquanto isso o mundo gira para todos os lados. Muitos se foram, muito se perdeu, e muito mudou: nem mais meus longos cabelos em que você se deleitava com brincadeiras existem mais. Mas aquele pulsar do coração continua firme, marcando o ritmo de um amor que veio para nunca mais ir.

1 de Maio de 2012 / Scott C.
Peace.

Feitos para a eternidade

Outro dia, na surpresa de uma monotona tarde de domingo no interior das Minas Gerais, recebi velhos companheiros, como se os tivesse visto ontem. Esquecemos a tarde com vinis e dialogos calorosos. Até que a conversa caiu sobre os amores, como haveria de ser, e logo um deles respondeu: “Sabe como eu sei que não a amo? Quando vocês questionam se amo, pergunto a mim mesmo e fico na duvida, e se fico na duvida é porque não tenho certeza, e se eu não tenho certeza é porque eu não amo”. Tal resposta impactou-me, e fez realizar que encontrei a mulher da minha vida, pois sempre que me perguntam sobre ela, no ato imagens correm meus olhos como quedas d’água, um longa-metragem do nosso futuro, casados por uma vida, com crianças pela casa, e a resposta é jogada aos céus como um esbravejar de contentamento, porque eu a amo e sei disso, desde sempre, para sempre. Pois então, minha flor, o melhor é ver-se sorrir.

17 de Janeiro de 2012 / Scott C.
Peace.

Me lembrarei do amanhã

O que vejo agora é um céu tão melancolico que até parece saudosista
Um céu tão assustador que até parece alegre na lembrança
E a chuva completa minha cena
Cai e apalpa a alma. O céu chora conosco
Enquanto planejo meu jantar lembro da manhã de hoje
Conversamos, abraçamos, beijamos – Até elogiei seu olhar
O dia ainda nem acabou mas vejo isso tão distante
As semanas correm em poucas horas
Lembro também que da sacada assistimos a Roda Gigante
E da Roda Gigante assistimos a sacada
Lá em cima, logo quando parou, ela sorriu
Mas isso não é o que se chama de coincidencia
Foi o sorriso dela que fez parar
De tão encantador aquele sorriso desacelera o Mundo
Coloquei seus cabelos atras da orelha e lhe beijei a face
Senti tão doce aroma que me apaixonei outra vez no alto da cidade
Se minha Flor ficar mais cheirosa terei de usa-la como perfume.

29 de Outubro de 2011 / Scott C.

Peace.

Manter-se firme

A saudade sempre nos perseguiu, até que um dia ela rasgou o peito em tristeza.  Seguindo os pensamentos rolavam lagrimas, até que ouvi uma voz dizer:
Vistes tu que estavas triste – não sinta, mas lembre. Sofrestes muito por saudade. São obstáculos. Eu que falo também sinto. Acredite quando digo que o jeito é sorrir para as dificuldades enquanto elas estiverem encarando-o. Quando passar, encare-as de volta e prove que venceu. Ninguém é sempre feliz, mas ninguém é sempre triste. Temos que ser pacientes e esperar o que Deus nos preparou na eternidade. Espere e teu tempo chegará. As vezes os joelhos fraquejam por um instante, até que outra passada forte venha e nos permita continuar. Que caia, mundo, mas não irá abalar quem é firme na fé.

13 de Setembro de 2011 / Scott C.

Peace.

Luz da minha vida

Da minha criogenia particular não vejo o tempo passar
Da minha cabeça vejo sonhos
Do corpo: quase sem respirar
Em toda a geometria temporal, não vejo o tempo passar
Da minha cabeça vejo pensamentos
Do corpo: vejo tudo rodar
O tempo, esse eu não vejo – mas ele passa
Meu psicologico diz que é atemporal
Mas cronológico rasga as horas na luz e na escuridão
Sei que Ela esteve aqui
mas o dia ainda nem nasceu outra vez.
Meu psicologico diz que é atemporal
Parece que minha memória resgata décadas em minutos
Enxerga futuras décadas em minutos
Mas os minutos recém completos agora não vejo mais
Não vejo diante de mim, como foi.
Vejo anos atras, de luzes e escuridões
De tempo em tempo a porta se abre a luz brilha
Brilha e convida
Mas a vida também quer aquele brilho
Logo a leva embora para em tempo vindouro voltar
Então, Luz, adentre minha criogenia outra vez
E feche a porta se quiser
Mas peço que fique
E que me leve quando sair.

12 de Setembro de 2011 / Scott C.

Peace.

De ontem para sempre

Houve um tempo em que era tudo segredo. Quando a reciprocidade se viu viva em nossos olhos as milhas passaram de problema a caminho para o encontro. Percorridas eram, mas antes que o sol se despedisse o sonho se transformava em saudade outra vez e as milhas me arrastavam de volta. Como consolo seu aroma me abraçava firmemente e não me deixava esquecer branda companhia. Saudade essa não se equiparava as milhas. Aquele afetuoso aroma me puxava para mais, até que um dia deixei de voltar. O abraço se fez nó, uma ligação inseparavel, e o meu olhar disse: Quero você agora. E amanhã! Para todos os dias da minha vida!

10 de Agosto de 2011 / Scott C.

Peace.

Vida sonhadora

Sentado no sofá estou eu, explorando os harmonicos do Violão e vagamento em pensamentos dos quais melodias nunca me lembro, quando ouço seu calmo caminhar em predestinada direção. Aparece deslumbrante como o sol de cada manhã, e logo seu aroma enche a sala de ternura. De imediato seu abraço me acerta com candura. Meu peito palpita lapidando sensação, podendo eu ver lembranças e sentimentos em edificação. Damos as mãos, nos levantamos e passamos pelo portal, apreciando nossa companhia em orbital. Ela não consegue esconder o riso, nem eu. Caminhar adagial nos leva até a fonte de águas que se desdobram como cristais, casadas com as luzes eternas emitidas de todas as partes para em seguida abraçar o céu. Poderia ser um céu escuro dentro na noite, mas a lua gosta da nossa companhia e ilumina nossos rostos, para que vejamos o faiscar dos olhos, provando que é real. Então cubro-lhe com o cobertor e beijo-lhe a fronte. Ela pensou que não passou de um sonho, mas era tudo verdade.

13 de Junho de 2011 / Scott C.

Peace.

Até a proxima

Promessas e despedidas
Alegria e melancolia
Chegada e partida
Abraços e acenos
Olhos e lagrimas
Dia e noite
Par e ímpar

No meio de tudo isso aparecem cores e sabores, beijos e risos, toques e respirações. Inspirações. Tudo que vem de você é belo e cadenciadamente poetico, assim como o tamborilar da chuva em minha face nas noites de verão. Assim como o pássaro canta por sua companheira. Assim como vento que dança com as arvores, e assim como a lua é vista como show de encerramento de outro dia. Como tudo que é natural, natural somos eu e você. Outra parte de mim foi embora, e só Deus sabe quando ela haverá de voltar, mas há de voltar.


18 de Maio de 2011 / Scott C.

Peace.

Cardápio Quotidiano

CAFÉ

Travesseiro
Preguiça
Lençol
Cama
Dois pés (gostaria que fossem quatro, com os dois dela)

LANCHE DA MANHÃ

Intrumentos
Biscoito
Partituras
Banho

ALMOÇO

Salada
Sorrisos
Arroz
Tristezas
Bife
Olhares
Batata frita

LANCHE DA TARDE

Rock n’ Roll
Imaginação
Pão de queijo

JANTAR

Jazz
Coca-Cola
Visões

CEIA

Constelações
Pensamentos
Acordes
Lençol
Cama
Dois pés (gostaria que fossem quatro, com os dois dela)

29 de Abril de 2011 / Scott C.

Peace.