Instrumentos Incógnitos #14 – Nano Guitarra

No verão de 1997, no Centro de Nanofabricação de Cornell, em Ithaca, Nova York, o estudante Dustin Carr construiu uma ‘nano guitar’. Para quem não sabe, nano é algo de dimensão extremamente reduzida, ou seja, infimo. De uma ponta a outra são apenas 10 mícrons de comprimento, sendo um dos dispositivos mecanicos de silicio mais pequenos do mundo. Em comparação, o diâmetro de um cabelo humano tem 200 microns. Na linguagem cientifica, um mícron é um milionésimo de um metro, um nanômetro é um bilionésimo de metro.

Nano Guitarra

Cada uma de seis cordas da guitarra mede cerca de 50 nanômetros – 100 átomos aproximadamente. Um microscópio de força atômica ataca as cordas, produzindo um som que, como já se pode imaginar, é inaudível ao ouvido humano. Carr usou uma máquina de alta tensão de feixe de elétrons para elaborar a guitarra de corpo sólido a partir de um único cristal de silício. O projeto também é um marco significativo na busca de construção de chips de computador com o tamanho reduzido (mais ainda do que são na atualidade), mais baratos e com menor consumo de energia. Existem dois modelos de Nano Guitarra. Essa citada acima, e outra que é cerca de cinco vezes maior do que sua antecessora, mas ainda exige um microscópio para ser vista.

Nano Guitar - Second model

Suas cordas são feitas de silício, medindo cerca de 12 micrômetros de comprimento e com uma seção transversal de 150 por 200 nanômetros. Estas nanocordas vibram em freqüências 17 oitavas mais altas do que as cordas de uma guitarra normal, algo como 130 vezes mais alto. É claro que o aparato não produz boa música. Na verdade, aos ouvidos humanos, ela não produz música nenhuma: os pesquisadores utilizaram um equipamento eletrônico específico para detectar as vibrações e convertê-las em sons audíveis. Como tocar algo tão pequeno? Utilizando feixes de raios laser. Os pesquisadores observaram que a luz de um laser pode causar oscilações em nanodispositivos que apresentem as características mecânicas adequadas. Sekaric, que desenvolvou esse segundo modelo, utilizou essas características no projeto de sua Nano Guitarra. As cordas são tocadas focalizando-se um feixe preciso de raio laser sobre cada uma das cordas. Quando as cordas vibram, elas criam padrões de interferência na luz refletida de volta, os quais podem ser detectados e convertidos em notas audíveis. Os tons gerados pelas cordas dependem de seu comprimento e não da tensão a que as cordas estão submetidas, como em uma Guitarra comum.

Peace.

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