Instrumentos Incógnitos #20

Outra vez comemorando decima sequencia do Instrumentos Incógnitos, Stone Bones tras Ode aos Instrumentos Incógnitos, os tais estranhos e exoticos em relação ao gosto popular. Logo questiono: após todo o estudo apresentado por Stone Bones, o suposto leitor saberia dizer quais são alguns dos instrumentos usados no video abaixo?

O video feito por Michael Hearst tras instrumentos como Knockman “Chachak”, Daxophone, Claviola, Otamatone e o tão falado Teremim, além de mais alguns. Para visualizar postagens antigas que abordam o mesmo tema, com variados, estranhos e não-usuais intrumentos, acesse Instrumentos Incógnitos.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #19 – The Boardwalk Hall Auditorium Organ

O instrumento a ser tratado hoje não é de todo desconhecido pelo senso popular. O que o tras para a série de Instrumentos Incógnitos é sua grandeza magistral. ‘The Boardwalk Hall Auditorium Organ’ é absolutamente o maior instrumento musical já construido, e o mais barulhento também.

Ele leva esse nome devido a sua localização, situado no auditorio de Boardwalk em Atlantic City, nos Estados Unidos. Foi construído entre 1929 e 1932 pela Companhia de Órgãos Midmer-Losh de Merrick, Long Island (NY), possuindo exactos 33,114 tubos, além de varios teclados com disposição de distintas oitavas. Tais oitavas podem ser combinadas pelo organista para criar sons diferentes de modo a colorir a harmonia, como um artista mescla tons de sua paleta quando pintar um quadro, variando de sereno a explosivo. Para especificações tecnicas acesse Boardwalk Hall. Outro orgão fantastico citado pelo Stone Bones foi o Grande Órgão de Estalactite.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #18 – Eigenharp

O instrumento apresentado hoje carrega consigo uma visão futurista. Criado por Ingleses da Eigenlabs, o Eigenharp é um instrumento de dificil definição devido a sua versatilidade timbristica, modulando as mais diversas sonoridades com efeitos. Com 133 teclas no total (120 no painel principal, 12 para efeitos de percussão e 1 para acionar a função mute), o Eigenharp funciona a partir de samplers pré-programados e permite a utilização de até 2000 samplers por minuto de forma simultânea. Cada uma das teclas é sensível à pressão e permite três ajustes diferentes para controlar intensidade do som. O Eigenharp permite, com o simples apertar de um botão, alterar entre diversas bases de samplers diferentes, além de acionar loops pré-programados. Além disso, o instrumento é capaz de gravar e reproduzir todos os sons realizados, o que abre várias possibilidades para quem gosta de improvisar durante as canções. O instrumento também incorpora a tecnologia tátil encontradas em fingerboards, que permite alterar a afinação ou alterar a intensidade de um sampler. Isso sem contar com o bocal, no qual um assopro pode adicionar diversos efeitos às notas reproduzidas. Porém essa tecnologia tem um preço: 5000 euros.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #17 – Singing Saw

Por mais estranho que possa parecer esse, é sim, um instrumento. Para quem ainda não entendeu, Singing Saw (também chamado de Musical Saw) é um Serrote. Embora alguns considerem o Musical Saw um instrumento popular Americano, acredita-se que seu inicio foi dado em algum lugar no Monte Apalaches, sec. XIX. Mas há varias historias, umas dizendo que veio da Argentina e outras da Rússia. Como antes de tudo é uma ferramenta, pode ter surgido em qualquer lugar onde houvesse Carpinteiros e Madeireiros apartir do sec. XVII, quando foram produzidos em massa serras com lâminas de aço flexível. O fato é que o Mundo descobriu que tal ferramenta pode gerar sons. A Serra fica entre as pernas do Músico, de forma que os ‘dentes’ fiquem para fora, tocando na parte lisa. Em alguns casos há na parte superior um apoio para que seja controlada sua envergadura, deixando a Serra com a forma de “S”, caso contrario o Músico segura em sua ponta. O Singing Saw é tocado com um arco, fazendo com que o instrumento vibre em toda sua extensão, caracteristica de instrumentos Idiofonicos, como a Harmonica de Vidro, já citada aqui. Seu som é estridente, semelhante a uma voz feminina gritando, lembrando também o Teremim, que inclusive foi inspirado no Singing Saw, pois Leo Theremin pretendia recriar o som da Serra eletronicamente. Abaixo Peter Wentworth apresenta a peça ‘The Water is Wide’, juntamente com Gary Nabors (Teclado) e Joseph Kriz (Violão).

Peace.

Instrumentos Incógnitos #16 – Harpa de Vento

A Harpa por si só, para nós, já é um instrumento diferente pois não faz parte da nossa cultura, instrumento esse que ainda hoje é artesanal, pois pouquissimas pessoas sabem maneja-lo, diferentementemente de instrumentos populares como Violão, presente na casa da maioria das familias. Mas essa não é uma Harpa comum. É a Harpa de Vento, ou em Ingles Aeolian Harpe. O nome vem de Aelous, Deus Grego do vento. O que faz essa Harpa diferente já foi sugerido: ela é tocada pelo vento. Eram muito populares como instrumentos domésticos durante a Era Romântica, e são ainda hoje feitas artesanalmente, como as Harpas tradicionais. Para tocar, basta colocar sobre o telhado de um edifício ou uma colina ventosa. Um instrumento apenas para ser admirado. Como é um instrumento artesanal, as formas e sonoridades são variaveis, mas usualmente as cordas são afinadas em uníssono, ou seja, todas são afinadas de maneira igual. Todas as cordas afinadas na nota Ré (D), por exemplo. Dessa maneira, quando o vento atinge as cordas, elas vibram gerando harmonicos naturais.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #15 – Nyckelharpa

O instrumento listado hoje vive desde a longínqua baixa Idade Média (séc. VIII/IX) com características muito peculiares que, pelo seu aspecto, faz lembrar uma Sanfona tocada com arco ou um Violino com teclas não sendo, no entanto, nem um nem outro. Trata-se da Nyckelharpa.

O testemunho mais antigo que se conhece deste instrumento é datado em 1350 e pode ser observado nos relevos que ornam uma das portas da igreja de Källunge na maior ilha Sueca (e também condado) de Gotland. A sua difusão e popularidade acontecem por toda a Europa, a partir do sec. XVI e dele dão conta documentos que vão desde a Alemanha até à Itália.

Conhecem-se hoje pelo menos 4 variantes da Nyckelharpas, sendo a mais vulgar armada com 16 cordas que se friccionam com um arco manipulado pela mão direita enquanto as 37 teclas se accionam com a mão esquerda. Este instrumento é hoje, tal como no passado, exclusivamente construído de forma artesanal, daí sua raridade. É feito, normalmente, com a madeira disponível no norte da Europa – o pinho – e é considerado o instrumento tradicional por excelência da Suécia.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #14 – Nano Guitarra

No verão de 1997, no Centro de Nanofabricação de Cornell, em Ithaca, Nova York, o estudante Dustin Carr construiu uma ‘nano guitar’. Para quem não sabe, nano é algo de dimensão extremamente reduzida, ou seja, infimo. De uma ponta a outra são apenas 10 mícrons de comprimento, sendo um dos dispositivos mecanicos de silicio mais pequenos do mundo. Em comparação, o diâmetro de um cabelo humano tem 200 microns. Na linguagem cientifica, um mícron é um milionésimo de um metro, um nanômetro é um bilionésimo de metro.

Nano Guitarra

Cada uma de seis cordas da guitarra mede cerca de 50 nanômetros – 100 átomos aproximadamente. Um microscópio de força atômica ataca as cordas, produzindo um som que, como já se pode imaginar, é inaudível ao ouvido humano. Carr usou uma máquina de alta tensão de feixe de elétrons para elaborar a guitarra de corpo sólido a partir de um único cristal de silício. O projeto também é um marco significativo na busca de construção de chips de computador com o tamanho reduzido (mais ainda do que são na atualidade), mais baratos e com menor consumo de energia. Existem dois modelos de Nano Guitarra. Essa citada acima, e outra que é cerca de cinco vezes maior do que sua antecessora, mas ainda exige um microscópio para ser vista.

Nano Guitar - Second model

Suas cordas são feitas de silício, medindo cerca de 12 micrômetros de comprimento e com uma seção transversal de 150 por 200 nanômetros. Estas nanocordas vibram em freqüências 17 oitavas mais altas do que as cordas de uma guitarra normal, algo como 130 vezes mais alto. É claro que o aparato não produz boa música. Na verdade, aos ouvidos humanos, ela não produz música nenhuma: os pesquisadores utilizaram um equipamento eletrônico específico para detectar as vibrações e convertê-las em sons audíveis. Como tocar algo tão pequeno? Utilizando feixes de raios laser. Os pesquisadores observaram que a luz de um laser pode causar oscilações em nanodispositivos que apresentem as características mecânicas adequadas. Sekaric, que desenvolvou esse segundo modelo, utilizou essas características no projeto de sua Nano Guitarra. As cordas são tocadas focalizando-se um feixe preciso de raio laser sobre cada uma das cordas. Quando as cordas vibram, elas criam padrões de interferência na luz refletida de volta, os quais podem ser detectados e convertidos em notas audíveis. Os tons gerados pelas cordas dependem de seu comprimento e não da tensão a que as cordas estão submetidas, como em uma Guitarra comum.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #13 – Canudo

O instrumento de hoje na realidade não é exactamente um instrumento em seu estado comum, mas pode surgir em qualquer cozinha ou bar envolta do Mundo enquanto se toma um refresco, e o melhor: não se faz necessaria a habilidade suprema de um Luthier. Como já foi revelado no titulo do artigo, trata-se de um Canudo.

Canudo

Como já é sabido o Canudo é feito de plastico, o que possibilita a fácil perfuração ao longo de seu corpo – o que, esteticamente falando dá a cara de uma Flauta, no caso da versão mais simples. Assim como todo instrumento de sopro há a necessidade de uma palheta na ponta, que é feita amassando-se a extremidade do Canudo e em seguida fazendo cortes na laterais. Já a outra extremidade continua intacta, mantendo a circunferencia. Para melhor entendimento:

O Japones Toru Kamiya é especialista nessa questão, e criou diversos modelos – de fato, varias engenhocas mais esteticas do que sonoras. O timbre desse instrumento é variavel, podendo soar semelhante a uma Flauta, Saxofone ou até um som Sintetico. Toru esteve em um programa televisivo para apresentar os instrumentos e demonstrar sua tecnica. Para os Brasileiros a compreensão será limitada devido a nacionalidade, mas a visão e audição caminharão para o entendimento neste video:

Peace.

Instrumentos Incógnitos #12 – Grande Órgão de Estalactite

Na 12ª segunda edição essa sessão traz uma obra encomendada pela natureza, existindo exclusivamente em um local: interior das cavernas Luray, no estado da Virginia.

Grande Órgão de Estalactite

O Grande Órgão Stalacpipe, em Ingles chamado de ‘Great Stalacpipe Organ’ integra a categoria dos Litofones, ou seja, instrumento musical constituído por uma rocha (ou fragmentos) tocado a fim de produzir sonoridade. As notas podem ser tocadas combinadas de modo a gerar harmonia ou em sucessão, gerando melodia. Para melhor entendimento é algo semelhante ao Xilofone, logicamente em maior dimensão, formado naturalmente. Muitos registros amadores são feitos, como este, que até mostra a placa memorial ao inventor.

Tal instrumento (único) foi inventado por Leland W. Sprinkle. A pesquisa teve inicio em 1954 e levou 3 anos até que o lugar perfeito fosse selecionado, analisando câmaras de diversas cavernas em busca das estalactites que combinassem precisamente com a escala musical. No modo cientifico de dizer, estalactite é concreção calcária suspensa da abóbada das grutas e produzida pela infiltração lenta das águas –  ‘lanças’ penduradas no teto.

Após escolher o local propicio as estalactites foram eletronicamente adaptadas e ligadas a um Órgão especialmente construído para o projeto. As estalactites estão distribuídas em uma pequena parcela de espaço, mas o som reverbera por toda a caverna. Além do mais  Luray tornou-se ponto turistico. Durante as três primeiras décadas foram produzidos e vendidos discos de vinil na loja de presentes local, sendo tais gravações e apresentações feitas pelo próprio Leland, o criador. Anos depois o organista Monte Maxwell criou seus próprios arranjos que foram gravados em CD e que atualmente podem ser comprados nas Cavernas de Luray.

Para entender melhor a sonoridade e demonstrar a extensão do instrumento, gravação original de ‘Moonlight Sonata’, de Ludwig van Beethoven, por Monte Maxwell, no Grande Órgão de Estalactite.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #11 – PVC Instrument

HAIL! Este instrumento já foi falado há algum tempo na Internet, mas ainda assim não deixa de ser interessante. Como o nome já diz, é um instrumento de PVC, criado pelo YouTuber americano SnubbyJ, chamado Kent. Ele montou tal instrumento baseando-se em intruções do Google relacionadas a instrumentos de PVC. Nota-se que é um instrumento acústico, como um Vibrafone, mas com canos. Ele apenas sistematizou e tornou prática a idéia que ficou famosa pelo Blue Man Group, de usar canos de PVC para música afinada.

PVC Instrument

A técnica é como a de Percussão temperada comum, lembra também Bateria, porém faz uso de ‘raquetes’ para percutir o ar que há dentro dos canos, lembrado o timbre do Didgeridoo, devido ao ar que é percutido dentro dos canos, mas o poder de sustentação é pequeno. Sua extensão é de quase 3 oitavas, de A2-E4.

PVC Instrument

Neste video o proprio criador mostra toda a extensão do instrumento com um Medley, tocando canções como ‘Crazy Train’ e ‘The Final Countdown’.

Peace.