Instrumentos Incógnitos #16 – Harpa de Vento

A Harpa por si só, para nós, já é um instrumento diferente pois não faz parte da nossa cultura, instrumento esse que ainda hoje é artesanal, pois pouquissimas pessoas sabem maneja-lo, diferentementemente de instrumentos populares como Violão, presente na casa da maioria das familias. Mas essa não é uma Harpa comum. É a Harpa de Vento, ou em Ingles Aeolian Harpe. O nome vem de Aelous, Deus Grego do vento. O que faz essa Harpa diferente já foi sugerido: ela é tocada pelo vento. Eram muito populares como instrumentos domésticos durante a Era Romântica, e são ainda hoje feitas artesanalmente, como as Harpas tradicionais. Para tocar, basta colocar sobre o telhado de um edifício ou uma colina ventosa. Um instrumento apenas para ser admirado. Como é um instrumento artesanal, as formas e sonoridades são variaveis, mas usualmente as cordas são afinadas em uníssono, ou seja, todas são afinadas de maneira igual. Todas as cordas afinadas na nota Ré (D), por exemplo. Dessa maneira, quando o vento atinge as cordas, elas vibram gerando harmonicos naturais.

Peace.

Transposições

Hoje acontecem processos de transposição e experimentalismo que estimulam a curiosidade. Arranjos para Harpa apartir da Guitarra, ou de um Sintetizador para um Banjo! O Músico Buddy Greene faz algo (quase) impensável: Medleys de Música Classica na Gaita diatonica em C (dó). Geralmente esse instrumento é usado em generos como Blues, o que causa a estranheza. O talentoso Buddy também canta, compõe e, além da Gaita, toca Violão. Para desmonstrar, Senhor Green se apresentou tocando as seguintes peças: ‘Jesu, Joy of Man’s Desiring’ de J.S. Bach (dó), ‘Mozart’s Piano Sonata’ (dó), Rossini’s William Tell Overture (dó), logicamente fazendo determinadas adaptações e utilizando tecnicas como ‘bend’ quando necessario.

Partindo para o lado rustico surge The Cleverlys, uma banda fundada na tradição Bluegrass. Para quem não sabe, esse gênero é uma variação do Country raiz, criado por imigrantes britânicos nos Estados Unidos no início do século XX, com um som, de fato, caipira e rebuscado.

The Cleverlys

A banda faz tributo a Katy Perry, Shaggy, e até Black Eyed Peas, mas o mais curioso foi a versão para o tema do jogo Super Mario, substituindo a linha sintetica por Banjo, Violão e mais. Nas demais canções eles adaptam as letras ao seu vocabulario, o que deixa ainda mais divertido.

Mas não há necessidade de ir tão longe para encontrar tal processo. No Brasil o jovem Jonathan Faganello ganhou prestigio ao executar uma classica canção do repertorio Heavy Metal da banda Iron Maiden, ‘Fear of The Dark’, na Harpa. Jonathan participou do programa Altas Horas, na Rede Globo, e mostrou que é possivel executar uma peça Popular em um instrumento Erudito.

Para encerrar ainda menos usual que os demais! Os que apreciam Música Eletronica se divertem com ela seja onde for, mas certamente não imaginaram escutar clássicos do Daft Punk como ‘One More Time e Around The World’ no teatro.

Trinity Orchestra

Pois essa foi a ideia de uma jovem Orquestra da Irlanda, intitulada Orquestra Trinity, substituindo os sintetizadores e criando uma nova forma de se tocar as obras Eletronicas. Composta por estudantes, executou na integra o álbum “Discovery”, do duo Daft Punk, no Trinity College Dublin’s Exam Hall. Distinta e não usual performance Orquestral gerando surpreendente resultado. Por Orquestra Trinity, ‘One More Time e Around The World’:

Peace.