Keith Medley e os Instrumentos Encantados

Keith Medley, Compositor e Luthier mestre na fabricação de Violões, passou a maior parte de sua vida adulta criando instrumentos personalizados de muitos Músicos ao redor do mundo, mas seu instrumento mais impressionante foi feito para ele mesmo. Trata-se de um Violão de 27 cordas que, nos dizeres de Keith, foi bastante fácil de se construir, mas dificil de tocar – “Através de dois anos de amarga luta entre mim e estas 27 cordas, decidi que não iriam me derrotar, pois eu tocaria a música que eu ouvi em meu coração”. Se em seu grupo estiver faltando um Violonista, ou até dois, não se preocupe, pois a 27-String Guitar tem o poder de torná-los obsoletos. No video abaixo Keith executa um arranjo que ele mesmo fez para a classica peça “Hall Of The Mountain King”, composta por Edvard Grieg para Peer Gynt em 1875.

Mas a questão é: por que alguém precisaria de um Violão de 27 cordas quando a maioria, na realidade, aparenta fazer muito bem o trabalho com apenas 12, ou até mesmo 6 cordas? Keith diz a Música que ele ouve em sua cabeça é mais do que pode ser tocada em seis cordas, então depois de muitos esboços e noites de contemplação surgiu esse instrumento unico de 27 cordas. Ele afirma que é como tocar três instrumentos ao mesmo tempo, mas que aparentemente não é bom o suficiente já que ele está agora trabalhando em um Violão com 34 cordas.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #17 – Singing Saw

Por mais estranho que possa parecer esse, é sim, um instrumento. Para quem ainda não entendeu, Singing Saw (também chamado de Musical Saw) é um Serrote. Embora alguns considerem o Musical Saw um instrumento popular Americano, acredita-se que seu inicio foi dado em algum lugar no Monte Apalaches, sec. XIX. Mas há varias historias, umas dizendo que veio da Argentina e outras da Rússia. Como antes de tudo é uma ferramenta, pode ter surgido em qualquer lugar onde houvesse Carpinteiros e Madeireiros apartir do sec. XVII, quando foram produzidos em massa serras com lâminas de aço flexível. O fato é que o Mundo descobriu que tal ferramenta pode gerar sons. A Serra fica entre as pernas do Músico, de forma que os ‘dentes’ fiquem para fora, tocando na parte lisa. Em alguns casos há na parte superior um apoio para que seja controlada sua envergadura, deixando a Serra com a forma de “S”, caso contrario o Músico segura em sua ponta. O Singing Saw é tocado com um arco, fazendo com que o instrumento vibre em toda sua extensão, caracteristica de instrumentos Idiofonicos, como a Harmonica de Vidro, já citada aqui. Seu som é estridente, semelhante a uma voz feminina gritando, lembrando também o Teremim, que inclusive foi inspirado no Singing Saw, pois Leo Theremin pretendia recriar o som da Serra eletronicamente. Abaixo Peter Wentworth apresenta a peça ‘The Water is Wide’, juntamente com Gary Nabors (Teclado) e Joseph Kriz (Violão).

Peace.

Instrumentos Incógnitos #16 – Harpa de Vento

A Harpa por si só, para nós, já é um instrumento diferente pois não faz parte da nossa cultura, instrumento esse que ainda hoje é artesanal, pois pouquissimas pessoas sabem maneja-lo, diferentementemente de instrumentos populares como Violão, presente na casa da maioria das familias. Mas essa não é uma Harpa comum. É a Harpa de Vento, ou em Ingles Aeolian Harpe. O nome vem de Aelous, Deus Grego do vento. O que faz essa Harpa diferente já foi sugerido: ela é tocada pelo vento. Eram muito populares como instrumentos domésticos durante a Era Romântica, e são ainda hoje feitas artesanalmente, como as Harpas tradicionais. Para tocar, basta colocar sobre o telhado de um edifício ou uma colina ventosa. Um instrumento apenas para ser admirado. Como é um instrumento artesanal, as formas e sonoridades são variaveis, mas usualmente as cordas são afinadas em uníssono, ou seja, todas são afinadas de maneira igual. Todas as cordas afinadas na nota Ré (D), por exemplo. Dessa maneira, quando o vento atinge as cordas, elas vibram gerando harmonicos naturais.

Peace.

Violão a cinco vozes

Recentemente o grupo Walk Off The Earth foi destaque na Interweb devido a um criativo video. Eles, juntamente com a cantora britânica Sarah Blackwood, gravaram um cover da canção “Somebody That I Used To Know”, do belgo-australiano Gotye. Até então, normal. O curioso do video é que todos eles tocam o mesmo Violão, cinco pessoas executando apenas um instrumento.

Interessante como conseguem desenvolver varias vozes no mesmo instrumento. Além da melodia e do baixo, há o carater percussivo, e também detalhes preenchendo a melodia. O grupo Canadense é formado por Marshall (Guitarra, Voz), Gianni Luminati (Baixo, Voz), Taylor (Piano, Voz) e Joel Cassady (Bateria), porém todos eles dominam outros instrumentos. Hoje são uma das poucas e verdadeiras bandas independentes na indústria da Música, sem ajuda de gravadoras, empresários, agentes de reserva ou publicitários. Seu sucesso vai através do boca-a-boca dos fãs dedicados. Para saber um pouco mais sobre o grupo, Walk Off The Earth.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #15 – Nyckelharpa

O instrumento listado hoje vive desde a longínqua baixa Idade Média (séc. VIII/IX) com características muito peculiares que, pelo seu aspecto, faz lembrar uma Sanfona tocada com arco ou um Violino com teclas não sendo, no entanto, nem um nem outro. Trata-se da Nyckelharpa.

O testemunho mais antigo que se conhece deste instrumento é datado em 1350 e pode ser observado nos relevos que ornam uma das portas da igreja de Källunge na maior ilha Sueca (e também condado) de Gotland. A sua difusão e popularidade acontecem por toda a Europa, a partir do sec. XVI e dele dão conta documentos que vão desde a Alemanha até à Itália.

Conhecem-se hoje pelo menos 4 variantes da Nyckelharpas, sendo a mais vulgar armada com 16 cordas que se friccionam com um arco manipulado pela mão direita enquanto as 37 teclas se accionam com a mão esquerda. Este instrumento é hoje, tal como no passado, exclusivamente construído de forma artesanal, daí sua raridade. É feito, normalmente, com a madeira disponível no norte da Europa – o pinho – e é considerado o instrumento tradicional por excelência da Suécia.

Peace.

#Grafico – O que as pessoas pensam que Música Classica é?

– Qualquer coisa tocada em instrumentos não eletrônicos;
– Aquela velha porcaria que se ouvia na Idade Média;
– Peças chatas de piano que crianças asiáticas tocam;
– O que? Não ouço isso desde meus 50 anos…
– Emoções em forma musical com centenas de melodias e harmonias únicas escritas por verdadeiros gênios musicais.

Peace.

Mão Possuida

A Tecnobiologia está cada vez mais surreal, e assustadora também, nos dando a visão do futuro que já chegou, antes visto como inalcançável, sonhos nos filmes. A Universidade do Tokyo, em colaboração com o Sony, inventaram um dispositivo que manipula através de estímulos elétricos os músculos que movem os dedos, o que possibilita que uma pessoa que nunca tenha tocado um instrumento de cordas simplesmente passe a tocar sem nenhuma tecnica ou estudo. A invenção leva o nome de Possessed Hand, ou em Portugues Mão Possuída.

Possessed Hand

De inicio o dispositivo ajuda a formação musical de uma pessoa, mas certamente será utilizada na Fisioterapia para ajudar pessoas que sofreram acidentes ou possuem doenças degenarativas. Cada um dos músculos conectados ao Possessed Hand é estimulado a partir de 28 pequenos eletrodos – aqueles que se localizam em camadas mais profundas do braço podem ser movimentados usando níveis de estímulo maiores – que, além de estimular os músculos, controlam as articulações e o pulso. Um sistema automático de calibração estabelece relações entre os eletrodos, evitando o envio de sinais conflitantes. Segundo os pesquisadores, a invenção é capaz de movimentar 16 articulações da mão. O usuario terá a sensação de ‘beliscar’ as cordas do Violão, por exemplo, sem dominar o que está fazendo – estritamente automatico. Os que já utilizaram a novidade relatam que a experiência é semelhante a receber uma massagem relaxante nas mãos. Apesar do aparente conforto, um dos participantes da etapa de testes relatou estranheza ao ver sua mão se movimentando de forma independente, quase como se alguém tivesse hackeado seu corpo. Nas palavras de Emi Tamaki, o líder do experimento, “os dedos se movem sem a intervenção consciente do sujeito”. Embora os sinais não sejam fortes o bastante para fazer com que o usuário segure as cordas de um instrumento, são suficientes para indicar a movimentação correta que deve ser feita. O dispositivo não deve ser interpretado como um acessório musical, mas sim como uma ferramenta de aprendizado complementar.
Outro aspecto interessante do Possessed Hand é que ele dispensa qualquer tipo de intervenção cirúrgica para funcionar corretamente, apenas conectado a pele. Embora o objetivo do Possessed Hand seja ajudar o aprendizado de instrumentos de cordas, como foi dito acima, membros da comunidade musical criticaram a invenção por considerar que a novidade nada ensina ao usuário, o que é verdade. Segundo os críticos, a mão se torna somente uma parte externa do instrumento, enquanto o cérebro permanece passivo, sem adquirir o conhecimento prático dos movimentos realizado. Futuramente, a invenção pode servir para outros objetivos que vão além do ensino musical, podendo ser utilizada como uma forma de ajudar a aprender a linguagem de sinais, por exemplo. Porém, o campo que mais deve se beneficiar com a novidade é o da Medicina, especialmente pacientes que sofreram paralização em algum membro do corpo como consequência de ataques cardíacos.

Peace.