Violão Arboreo

O Stone Bones vive a tratar sobre instrumentos, porém hoje o instrumento dado é apenas em grau estetico. Peter Martin Ureta, hoje com pouco mais de 70 anos, construiu um violão com 7 mil árvores em homenagem à esposa, Graciela, falecida em 1977 aos 25 anos. Esse era um sonho dela, porém nunca levado a frente devido a outras preocupações e planos de Peter.  O La Nación conta que quem começou a fazer o projeto foi a própria Graciela durante um voo sobre as plantações da região. A ideia era homenagear a família com um desenho que a representasse, o que acabou levando à escolha de um Violão, seu instrumento favorito quando ainda viva. O desenho foi cuidadosamente montado após tentativa e erro,  utilizando de diversos tipos de plantas que pudessem resistir aos fortes ventos da região de planície. Para criar a réplica visual do instrumento musical, seus filhos ficaram em fila a uma distância de três metros um do outro, marcando os pontos onde cada espécie seria plantada. Um dos detalhes interessantes da obra vista do céu é o uso de eucaliptos para dar formato às cordas do instrumento, o que dá um tom azulado ao desenho. Já para o corpo foram utilizados ciprestes.   A visão impressiona os pilotos desavisados, como Gabriel Pindek, comandante da companhia aérea Southern Airlines: “É incrível ver um projeto tão cuidadosamente planejado. Não há nada como isso.” Infelizmente o próprio Ureta nunca pôde ver seu trabalho, já que morre de medo de voar.

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Keith Medley e os Instrumentos Encantados

Keith Medley, Compositor e Luthier mestre na fabricação de Violões, passou a maior parte de sua vida adulta criando instrumentos personalizados de muitos Músicos ao redor do mundo, mas seu instrumento mais impressionante foi feito para ele mesmo. Trata-se de um Violão de 27 cordas que, nos dizeres de Keith, foi bastante fácil de se construir, mas dificil de tocar – “Através de dois anos de amarga luta entre mim e estas 27 cordas, decidi que não iriam me derrotar, pois eu tocaria a música que eu ouvi em meu coração”. Se em seu grupo estiver faltando um Violonista, ou até dois, não se preocupe, pois a 27-String Guitar tem o poder de torná-los obsoletos. No video abaixo Keith executa um arranjo que ele mesmo fez para a classica peça “Hall Of The Mountain King”, composta por Edvard Grieg para Peer Gynt em 1875.

Mas a questão é: por que alguém precisaria de um Violão de 27 cordas quando a maioria, na realidade, aparenta fazer muito bem o trabalho com apenas 12, ou até mesmo 6 cordas? Keith diz a Música que ele ouve em sua cabeça é mais do que pode ser tocada em seis cordas, então depois de muitos esboços e noites de contemplação surgiu esse instrumento unico de 27 cordas. Ele afirma que é como tocar três instrumentos ao mesmo tempo, mas que aparentemente não é bom o suficiente já que ele está agora trabalhando em um Violão com 34 cordas.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #17 – Singing Saw

Por mais estranho que possa parecer esse, é sim, um instrumento. Para quem ainda não entendeu, Singing Saw (também chamado de Musical Saw) é um Serrote. Embora alguns considerem o Musical Saw um instrumento popular Americano, acredita-se que seu inicio foi dado em algum lugar no Monte Apalaches, sec. XIX. Mas há varias historias, umas dizendo que veio da Argentina e outras da Rússia. Como antes de tudo é uma ferramenta, pode ter surgido em qualquer lugar onde houvesse Carpinteiros e Madeireiros apartir do sec. XVII, quando foram produzidos em massa serras com lâminas de aço flexível. O fato é que o Mundo descobriu que tal ferramenta pode gerar sons. A Serra fica entre as pernas do Músico, de forma que os ‘dentes’ fiquem para fora, tocando na parte lisa. Em alguns casos há na parte superior um apoio para que seja controlada sua envergadura, deixando a Serra com a forma de “S”, caso contrario o Músico segura em sua ponta. O Singing Saw é tocado com um arco, fazendo com que o instrumento vibre em toda sua extensão, caracteristica de instrumentos Idiofonicos, como a Harmonica de Vidro, já citada aqui. Seu som é estridente, semelhante a uma voz feminina gritando, lembrando também o Teremim, que inclusive foi inspirado no Singing Saw, pois Leo Theremin pretendia recriar o som da Serra eletronicamente. Abaixo Peter Wentworth apresenta a peça ‘The Water is Wide’, juntamente com Gary Nabors (Teclado) e Joseph Kriz (Violão).

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Instrumentos Incógnitos #16 – Harpa de Vento

A Harpa por si só, para nós, já é um instrumento diferente pois não faz parte da nossa cultura, instrumento esse que ainda hoje é artesanal, pois pouquissimas pessoas sabem maneja-lo, diferentementemente de instrumentos populares como Violão, presente na casa da maioria das familias. Mas essa não é uma Harpa comum. É a Harpa de Vento, ou em Ingles Aeolian Harpe. O nome vem de Aelous, Deus Grego do vento. O que faz essa Harpa diferente já foi sugerido: ela é tocada pelo vento. Eram muito populares como instrumentos domésticos durante a Era Romântica, e são ainda hoje feitas artesanalmente, como as Harpas tradicionais. Para tocar, basta colocar sobre o telhado de um edifício ou uma colina ventosa. Um instrumento apenas para ser admirado. Como é um instrumento artesanal, as formas e sonoridades são variaveis, mas usualmente as cordas são afinadas em uníssono, ou seja, todas são afinadas de maneira igual. Todas as cordas afinadas na nota Ré (D), por exemplo. Dessa maneira, quando o vento atinge as cordas, elas vibram gerando harmonicos naturais.

Peace.

Violão a cinco vozes

Recentemente o grupo Walk Off The Earth foi destaque na Interweb devido a um criativo video. Eles, juntamente com a cantora britânica Sarah Blackwood, gravaram um cover da canção “Somebody That I Used To Know”, do belgo-australiano Gotye. Até então, normal. O curioso do video é que todos eles tocam o mesmo Violão, cinco pessoas executando apenas um instrumento.

Interessante como conseguem desenvolver varias vozes no mesmo instrumento. Além da melodia e do baixo, há o carater percussivo, e também detalhes preenchendo a melodia. O grupo Canadense é formado por Marshall (Guitarra, Voz), Gianni Luminati (Baixo, Voz), Taylor (Piano, Voz) e Joel Cassady (Bateria), porém todos eles dominam outros instrumentos. Hoje são uma das poucas e verdadeiras bandas independentes na indústria da Música, sem ajuda de gravadoras, empresários, agentes de reserva ou publicitários. Seu sucesso vai através do boca-a-boca dos fãs dedicados. Para saber um pouco mais sobre o grupo, Walk Off The Earth.

Peace.

O Som do Coração

Tal filme, devido aos falsos cliches mundanos da nossa sociedade, aparenta ser uma grande besteira falaciosa, mas ao contrario: obra profunda, de fato, para os que se interessam pela realeza do sentimento regado a Música. Lançado em 2007, esse filme retrata a história de um garoto de 11 anos (Evan Taylor, interpretado por Freddie Highmore) que passa toda sua infância em um orfanato, sendo fruto de um encontro casual entre dois jovens Músicos, Layla Novacek (representada pela atriz Keri Russell), uma Violoncelista, e Louis Connelly (representado pelo ator Jonathan Rhys Meyers), um Guitarrista, o que faz com que ele desde de cedo desenvolva habilidades musicais. Evan Taylor passa sua infancia no orfanato por decisão do Pai de Layla que, receoso que o neto atrapalhasse sua carreira artística, falsifica a assinatura e autoriza a doação logo após o nascimento, dizendo a sua filha que a criança morrera após o parto. Portador de um dom musical extraordinário e distante de sua família, o menino cresce com o sonho de encontrar seus pais, acreditando que a Música o levará até eles. Com trilha sonora de Mark Mancina, a harmonização sublinha de maneira convincente os principais momentos do filme, ressaltando ainda mais a figura de Highmore em cena – seja esta séria ou descontraída – recebendo indicação ao Oscar por melhor música em 2008.

01 – Main Title [Mark Mancina]
02 – Bach / Break [Steve Erdody and Jonathan Rhys Meyers]
03 – Moondance [Featuring Jonathan Rhys Meyers]
04 – This Time [Jonathan Rhys Meyers]
05 – Bari Improv [Kaki King]
06 – Ritual Dance [Kaki King]
07 – Raise It Up [Jamia Simone Nash and Impact Repertory Theater]
08 – Dueling Guitars [Heitor Pereira and Doug Smith]
09 – Elgar / Something Inside [Steve Erdody and Jonathan Rhys Meyers]
10 – August’s Rhapsody [Featuring Freddie Highmore – Mark Mancina]
11 – Someday [John Legend]
12 – King Of The Earth [John Ondrasik]
13 – God Bless The Child [Chris Botti and Paula Cole]
14 – La Bamba [Leon Thomas III]
15 – Moondance [Chris Botti]

Como visto acima, Jonathan Rhys Meyers integra a trilha sonora em diversas peças. Então em seguida, por ele, ‘Something Inside’.

A figura de Evan Taylor, mais tarde conhecido como August Rush, demonstra o previsivel exemplo de perseverança, não desistencia de sonhos, sempre em busca dos objetivos independente da distância que eles se encontram, conectando isso a Música. Para exemplificar, abaixo alguns dialogos retirados da obra:

Evan Taylort/August Rush (Por Freddie Highmore):

_Ouça! Consegue ouvir?
_A música?
_Eu consigo ouví-la em qualquer lugar.
_No vento… No ar… Na luz. Está ao nosso redor.
_Agente precisa se abrir. Agente só precisa ouvir.

Wizard [Mago] (Por Robin Williams):

_Você sabe o que é música?
_É um lembrete de Deus de que tem alguma coisa além de nós no universo. Ligação harmônica entre todos os seres vivos, em todo lugar. Até nas estrelas.
_Sabe o que tem lá fora?
_Uma série de tons maiores. É um arranjo da natureza governada pelas leis da física, do universo inteiro. Som harmônico, energia pra estar de acordo…

August Rush

Ele (Evan) seguiu a Música com o único objetivo de encontrar seus pais e criou através da Música o caminho de notas que os atrairiam. Já o Mago representa o materialismo do dom musical, a perda de conexão da alma com o universo. Ele tem todas as percepções latentes que Evan tem, ele percebe isto no universo, porém perdeu sua ligação interna consigo mesmo, com a Música, com Deus. Ele ama a Música, mas perdeu seu amor próprio ao transforma-la em um meio de sobrevivência parasitico, lucrando com o talento dos outros. Para encerrar, um trecho musical onde Evan descobre o Violão e começa a tocar e se divertir. A peça foi composta por Kaki King e se chama ‘Bari Improv’. Nota-se o estilo Fingerstyle. Para quem não se lembra, Debulhando o Fingerstyle.

Peace.

Vibração das cordas

Qualquer um que tenha desenvolvido uma harmônia na Guitarra/Violão sabe que vibração das cordas é um fenômeno quase mágico, misterioso. Há quem faça uma comparação com um Trem em movimento. Na Zona Rural a xícara de chá de chacoalha no piris: isso é um tipo de vibração. Mas o trilho está vibrando também: segunda vibração. Ele mesmo vibra enquanto se move: terceira vibração. O Trem inteiro está correndo em curvas em ‘S’ em um vale sinuoso. A vibração final, enorme. Da mesma forma, uma corda dedilhada tem muitas camadas diferentes de vibrações acontecendo simultaneamente. A seqüência inteira está se movendo lado a lado, o que cria o tom fundamental que atrai o ouvido humano. Mas as menores vibrações criam tons que são difíceis de serem captados, mas sem eles as cordas do Violão soariam mais como bips eletrônicos, um som “seco”, sem vibração. Todos sabemos da existencia das ondas, mas imaginava-se que eram pequenss, invisiveis a olho nu, imperceptíveis, mesmo quando atrasadas (slow motion). Mas é possivel, sim, e é algo incrivel de se ver. Neste video, por Mike Salovich, o que impressiona é a a grandeza das oscilações.

Ouça essas tão sutis nuances em suas notas de Violão, o som da harmônia tocando discretamente por trás do tom fundamental. Outro rapaz demonstra as oscilações, mas com a vista do interior do instrumento.

Peace.

Mão Possuida

A Tecnobiologia está cada vez mais surreal, e assustadora também, nos dando a visão do futuro que já chegou, antes visto como inalcançável, sonhos nos filmes. A Universidade do Tokyo, em colaboração com o Sony, inventaram um dispositivo que manipula através de estímulos elétricos os músculos que movem os dedos, o que possibilita que uma pessoa que nunca tenha tocado um instrumento de cordas simplesmente passe a tocar sem nenhuma tecnica ou estudo. A invenção leva o nome de Possessed Hand, ou em Portugues Mão Possuída.

Possessed Hand

De inicio o dispositivo ajuda a formação musical de uma pessoa, mas certamente será utilizada na Fisioterapia para ajudar pessoas que sofreram acidentes ou possuem doenças degenarativas. Cada um dos músculos conectados ao Possessed Hand é estimulado a partir de 28 pequenos eletrodos – aqueles que se localizam em camadas mais profundas do braço podem ser movimentados usando níveis de estímulo maiores – que, além de estimular os músculos, controlam as articulações e o pulso. Um sistema automático de calibração estabelece relações entre os eletrodos, evitando o envio de sinais conflitantes. Segundo os pesquisadores, a invenção é capaz de movimentar 16 articulações da mão. O usuario terá a sensação de ‘beliscar’ as cordas do Violão, por exemplo, sem dominar o que está fazendo – estritamente automatico. Os que já utilizaram a novidade relatam que a experiência é semelhante a receber uma massagem relaxante nas mãos. Apesar do aparente conforto, um dos participantes da etapa de testes relatou estranheza ao ver sua mão se movimentando de forma independente, quase como se alguém tivesse hackeado seu corpo. Nas palavras de Emi Tamaki, o líder do experimento, “os dedos se movem sem a intervenção consciente do sujeito”. Embora os sinais não sejam fortes o bastante para fazer com que o usuário segure as cordas de um instrumento, são suficientes para indicar a movimentação correta que deve ser feita. O dispositivo não deve ser interpretado como um acessório musical, mas sim como uma ferramenta de aprendizado complementar.
Outro aspecto interessante do Possessed Hand é que ele dispensa qualquer tipo de intervenção cirúrgica para funcionar corretamente, apenas conectado a pele. Embora o objetivo do Possessed Hand seja ajudar o aprendizado de instrumentos de cordas, como foi dito acima, membros da comunidade musical criticaram a invenção por considerar que a novidade nada ensina ao usuário, o que é verdade. Segundo os críticos, a mão se torna somente uma parte externa do instrumento, enquanto o cérebro permanece passivo, sem adquirir o conhecimento prático dos movimentos realizado. Futuramente, a invenção pode servir para outros objetivos que vão além do ensino musical, podendo ser utilizada como uma forma de ajudar a aprender a linguagem de sinais, por exemplo. Porém, o campo que mais deve se beneficiar com a novidade é o da Medicina, especialmente pacientes que sofreram paralização em algum membro do corpo como consequência de ataques cardíacos.

Peace.

Instrumentos Incógnitos #10

Em comemoração a decima postagem sobre instrumentos exoticos, o Instrumentos Incógnitos de hoje não traz o nome de nenhum instrumento pelo fato de não ser nenhum instrumento estranho ao conhecimento popular. Ainda falando sobre comemoração, hoje Stone Bones comemora a marca de (quase) oito mil visitantes em sete meses, logo agradeço a todos os leitores, assíduos e acidentais, pois realmente não esperava por isso. Outra vez, obrigado. Esperem por mais! Continuando: o que faz a sessão de hoje estranha é a estetica desses instrumentos. Hoje trouxe varias guitarras e alguns violões (e contra-baixos) com um visual discutivel em relação a questão beleza.

Clique e amplie, humano.

Para visualizar postagens antigas que abordam o mesmo tema, com variados, estranhos e não-usuais intrumentos, acesse Instrumentos Incógnitos.

Peace.

Flight of the Bumble Bee

Qualquer um que teve sua infancia ligada a desenhos animados irá se lembrar dessa canção. Para os músicos, um tanto desafiadora devido sua velocidade. Já foi tocada de muitas maneiras.
No Acordeon, por Alexander Dmitriev;

No Piano, por Maksim;

No Violão, por José Feliciano;

No Orgão, por Carol Williams;

Mas nenhuma dessas se compara a espetacular execução de Malena Ernman. O que diferencia e torna ainda mais complexa é que Malena canta a melodia, o que exige um enorme controle vocal para executar os intervalos com precisão. Na apresentação que segue, acompanhada por Martin Fröst e Niklas Sivelöv.

Peace.